Aldeia de Xisto da Ferraria de São João

No âmbito de uma Press Trip da Rota dos Queijos Centro de Portugal – uma Rota Turística e Gastronómica, tendo como produto âncora o Queijo Serra da Estrela DOP, Queijo da Beira Baixa DOP e Queijo Rabaçal DOP, a equipa da Geonatour deu a conhecer a Aldeia de Xisto da Ferraria de São João, os seus costumes, histórias, tradições e a sua natureza.
A experiência terminou na Associação de Moradores, onde se conheceu o quotidiano da aldeia, o antigamente e os vários projetos existentes. Além disso, houve a oportunidade de conversar com duas queijeiras ferreiras, conhecer as suas cabras e degustar os seus deliciosos produtos endógenos.

Mas vamos saber mais!

Aldeia de Xisto da Ferraria de São João

A Aldeia de Xisto da Ferraria de São João situa-se no concelho de Penela, no extremo sul da Serra da Lousã e é uma das vinte e sete aldeias que integram a rede das Aldeias do Xisto, um projeto de desenvolvimento sustentável, de âmbito regional que qualificou estas aldeias enquanto destino turístico de elevada qualidade.

A Ferraria de São João é caracterizada por ser uma aldeia de pequenas dimensões (com cerca de 40 moradores) que convida à descoberta do passado rural de Portugal, mantendo viva a memória dos saberes fazeres de outrora.  Através de múltiplos vestígios agrícolas e arquitetónicos que sobreviveram ao tempo, mas sobretudo aos seus simpáticos moradores, vamos conhecendo mais sobre esta aldeia típica e percebendo porque foi uma das indicadas para a integração no lote das “Melhores Aldeias Turísticas” do mundo, mas, para isso é necessário cumprir um caderno de encargos – “Update Programme” – de forma a cumprir os critérios da Organização Mundial do Turismo (OMT).

Conhecer o atual e o antigamente

À entrada da aldeia existe um Centro BTT, que dá acesso a vários percursos cicláveis das Aldeias de Xisto e uma pequena capela, de linhas sóbrias e desprovida de ornamento dedicada ao Santo Padroeiro da Ferraria de São João: São João Batista, primo de Jesus que o batizou nas águas do rio Jordão. É nesta zona que se inicia o percurso pedestre Caminho de Xisto da Ferraria de São João, que deambula pelos campos agrícolas e montanhas quartzíticas inclinadas, antes de “mergulhar” no sobreiral e na aldeia.

Entrando nas ruas apertadas, entre as habitações construídas em quartzito (sim, a maior parte das casas são feitas em quartzito, influência das imponentes cristas quartzíticas que existem neste local) e suas hortas, percebemos que o mundo rural pressupõe a vivência na periferia e um isolamento social em oposição à cidade.

Contudo, incentiva à vida em comunidade, patente em alguns engenhos agrícolas locais para uso comunitário como evidenciado pelas noras, moinhos de água, eiras e fontes. Estes serviam para aproveitar a água da Ribeira de Ferrarias e das chuvas, essenciais para hidratar o gado, regar os campos agrícolas e fazer movimentar os rodízios dos moinhos, destinado à moagem dos cereais para produzir o pão e a broa.

Além disso, existiam os currais comunitários, que na primeira metade do século XX, seriam a casa de um rebanho de mais de mil cabeças, maioritariamente caprinos. Este era um atrativo para as alcateias de lobos, que deixou na memória dos habitantes mais idosos, momentos de medo e cólera.

Para a venda dos seus produtos como hortícolas, gado, queijo, pão e broa, os moradores deslocavam-se através dos caminhos ancestrais pelas montanhas até Penela e outras aldeias vizinhas. Sim, na altura não havia as estradas que existem hoje!

O Turismo e o medo mudaram tudo!

Com a integração desta aldeia na rede das Aldeias do Xisto e com a crescente procura do turismo rural, a sua atividade turística despoletou e possibilitou o desenvolvimento económico nesta vertente, assim como, o investimento em obras de requalificação, no sentido de valorizar e preservar o seu património. Motivo pelo qual podemos observar algumas habitações pintadas e reabilitadas. Fruto desta valorização territorial, surgiram alguns alojamentos locais, como a Casa do Zé Sapateiro e o Vale do Ninho Nature Houses.

Em 2017, um grande incêndio quase destruiu tudo. Ferozmente, subiu as encostas desde Pedrogão Grande e apenas os sobreiros centenários travaram o avanço das chamas, impedindo que estas chegassem às habitações da aldeia. Após este infausto acontecimento, a Associação de Moradores juntamente com alguns voluntários, criaram uma Zona de Proteção à aldeia através da remoção dos eucaliptos e substituição por sobreiros, carvalhos e outras árvores autóctones num raio de pelo menos 100 metros.

Atualmente e tal como mostrado pela Fátima, Ilda e Isilda, três ferreiras locais, a aldeia ainda produz produtos endógenos, como o mel, pão, broa onde se destaca o delicioso queijo de cabra produzido pelas mãos destes moradores, através do leite das cabras que pastam pelas planícies serranas da aldeia.

Este foi um dos pontos altos da atividade da Geonatour e como não há nada melhor do que provar, tivemos o prazer de degustar os deliciosos queijos que se confecionam na aldeia.

Se tiver interesse pode adquirir estes produtos através do contacto com a Associação de Moradores e se quiser ter uma experiência na Ferraria de São João, visite o nosso website ou fale connosco através das nossas redes sociais (Facebook | Instagram).

Pode ainda desfrutar do percurso pedestre Caminho de Xisto da Ferraria de São João, de forma autoguiada e segura através da App Geonatour.

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